Estamos preparados para o quê vem por aí?
- João Pinke
- 28 de dez. de 2018
- 4 min de leitura
Fazendo uma retrospectiva deste incrível e desafiador ano de 2018 podemos dizer que demos mais alguns passos em direção a evolução e convergência tecnológica, que com certeza mudará acentuadamente não apenas o modo como vivemos, mas também como trabalhamos e nos planejamos pessoalmente ao longo de nossas vidas. Há poucos dias do final de 2018 me pergunto se estaremos realmente preparados para o quê está para ocorrer daqui a alguns anos com os profissionais e com o emprego humano. Bom, a tecnologia já nos mantém conectados por muito tempo e acabamos "nos levando" no "modo automático", aproveite então a leitura deste texto e resgate alguns minutos do seu dia para pensar sobre você e o seu futuro não tão distante.
Um estudo realizado pela Dell Technologies no ano passado, já previa que graças aos avanços tecnológicos, aproximadamente 85% das profissões de 2030 ainda não haviam sido inventadas. Uma das conclusões deste relatório batizado de "The Next Era of Human-Machine Partnerships" (A Nova Era de Parcerias Homem-Máquina), que se baseou em entrevistas com acadêmicos e especialistas globais nas áreas de tecnologia e negócios, apontou que na próxima década, todas as organizações e os negócios serão baseados em tecnologia, exigindo que as empresas repensem os modelos atuais de infraestrutura e formas de trabalho. Hoje já se fala que 65% das crianças, que estão no ensino médio irão trabalhar em empregos que ainda não existem.
O rápido avanço da tecnologia comprova mudanças sem precedentes na sociedade, assim as pessoas e as empresas necessitam estar preparadas desde agora para esse novo mundo, se quiserem fazer parte dele. Se olharmos ao redor, vamos perceber claramente que tudo está mudando: da maneira como nos comunicamos e interagimos até a forma como assistimos a filmes, ouvimos música e lemos notícias e livros. A máquina se aproxima das capacidades cognitivas do seu criador, substituindo-o em funções repetitivas e se tornando cada vez mais independente.
Todos os setores mudaram e estão em plena evolução, até mesmo na Educação, cujo modelo tradicional, que formava alunos em linha de produção, cumpriu seu papel na história e já começamos a explorar mais as habilidades e competências dos indivíduos. Se de um lado o emprego da tecnologia nos ajuda hoje a criar trilhas individualizadas de aprendizagem, tornar concreto aquilo que antes era apenas abstrato e democratizar o acesso ao conhecimento, do outro a mesma tecnologia, nos impõem novas formas e modelos para a construção da sociedade do futuro.
Neste contexto, podemos tentar imaginar o que será do profissional do futuro. Verificando tendências do atual cenário global de crescimento populacional, com uma longevidade cada vez maior e o aumento geral da qualificação individual, claramente, podemos visualizar que não haverá emprego para todos, pelo menos não da forma com que o conhecemos hoje.
A empregabilidade está com seu tempo contado. A mudança que já começou se intensificará e estima-se que 47% dos empregos conhecidos hoje irão desaparecer nos próximos 20 anos. Até mesmo as profissões tradicionais como médicos, advogados e professores, ditas historicamente como "seguras" terão suas demandas por profissionais reduzidas com o avanço das aplicações de software e a ampliação das infraestrututas das redes de comunicação e internet. A tendência pelo crescimento do desemprego mundial é de fato uma enorme preocupação, que poderá trazer desigualdades sociais jamais vistas antes, a ponto de já haverem ideias sobre a dificílima implantação e operacionalização de um programa de "Renda Básica Universal" - que seria uma compensação financeira individual pelo desaparecimento de empregos ou aplicado quando a pessoa perdesse a sua empregabilidade no mercado.
Os empregos do futuro exigirão alta e constante qualificação técnica específica, o profissional do futuro deverá se atualizar e aprender durante toda a sua vida, aliás terá que aprender, desaprender e reinventar-se, podendo desempenhar várias profissões ao longo da sua carreira, sendo que poderá exercer mais de uma ao mesmo tempo. As 10 habilidades do profissional do futuro citadas pelo Fórum Econômico Mundial são essencialmente comportamentais dentre elas, a Flexibilidade Cognitiva, a Negociação, a Orientação para servir, o Julgamento e tomada de decisões, a Inteligência emocional, a Coordenação com os outros, a Criatividade e o Pensamento crítico.
Na avaliação da especialista em economia criativa e colaborativa, Lala Deheinzelin, considerada uma das 100 mulheres do mundo que está criando um futuro colaborativo, o profissional do futuro terá de trabalhar em convergência com as novas tecnologias e em parceria com sua equipe - o individualismo é e será cada vez mais um empecilho à produtividade.
Concluindo, não é possível saber de fato como será o nosso futuro, falamos com bases em estudos e projeções, mas sabemos que já aprendemos a desenvolver a Inteligência Artificial e que agora precisamos evoluir a nossa própria consciência - somente a consciência humana é quê nos despertará para esta realidade cada vez mais próxima, nos fornecerá a estabilidade de conduta em sociedade, a confiança e o discernimento do que é importante ser e fazer em nossas vidas, nos diferenciando e ajudando a buscar o sucesso e o reconhecimento do profissional e do ser humano no futuro. Um Feliz Ano Novo de muita prosperidade para todos!

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